Sinhá, ô sinhá
Deixa eu ir pra capoeira
Ooô, deixa ir pra capoeira
Sinhá, ô sinhá
Deixa eu ir pra capoeira
Ooô, deixa ir pra capoeira
Vento soprou dentro do canavial
De longe eu ouço o som do berimbau
Que vai na alma invadindo o coração
Levando as mágoas do tempo da escravidão
Dia sofrido no açoite do feitor
Sou castigado para poder trabalhar
A noite vem e o nego sai na mata afora
De longe ouço lamentos pelo ar
Que é cantiga faz meu corpo arrepiar
Ô deixa eu ir meu senhor, oi deixa eu ir minha sinha
Que hoje eu quero minha alma libertar
De sol a sol o corpo queima sem parar
É uma peleja que o negro tem que passar
Ô me de força meu Deus para a fé não me faltar
Que hoje eu quero é fugir do canavial
Na espera de uma roda pra poder vadiar